A minha grande oportunidade chegou, e agora?

A grande maioria dos jovens jogadores não estão preparados para “mudar de vida”.

Entram nos clubes em busca de seus sonhos, de ser aceito, de ser reconhecido, de ser visto pela comunidade em que vivem. E ali, doam a maior parte do seu tempo e respiram futebol, pois sabem que o dia em que forem escolhidos, sua vida pode se transformar.

E quando consegue se destacar, começam a sentir o gostinho das conquistas, começando pela primeira que afaga o ego, onde os colegas o admiram dizendo “ele joga muito”. Isso já é motivo suficiente para que ele queira “morar dentro do clube”, pois ali são supridas algumas carências que a família e o meio em que vive não são capazes de suprir.

Nós seres humanos, temos uma necessidade muito grande ao pertencimento, para que possamos estar felizes precisamos ser aceitos primeiro pela família, segundo pelos nossos amigos e terceiro, sermos reconhecidos pela contribuição que damos a sociedade. E se tiver um dinheirinho… então, é “o ouro”!

Mas, vamos imaginar uma trajetória de um menino carente que entra para um clube e se destaca, começa a aparecer mais nos jogos, seja por dedicação ou dom. E nesse ambiente ele se sobressai perante aos demais colegas, isso faz com que sua popularidade aumente, dando a ele realização e bem estar nunca antes experimentados.

De repente a coisa começa a ficar séria e consegue até ser melhor remunerado, pelo o que para ele é apenas diversão. E a realidade da escassez agora se transforma em poder de compra. Mas antes que ele pense em comprar tudo aquilo que já desejou, existe uma obrigação moral com a família que dentro das suas possibilidades, sempre o apoiou. Então ele começa a proporcionar um pouco mais de conforto a família, mesmo que seja o básico.

Esse garoto é dedicado e continua jogando de forma que se destaca até que um grande clube lhe oferece um contrato. E da noite para o dia ele pode ganhar 20 vezes mais do que estava ganhando. Agora SIM, chegou a sua vez, é hora de realizar todos os seus desejos: tênis de marca, casas, carros etc.

O que não foi levado em consideração nessa história é que esse contrato tem prazo para acabar. E assim como o milagre que aconteceu o pesadelo também pode voltar.

É muito mais doloroso ter acesso a tudo que o dinheiro pode comprar e depois perdê-lo do que nunca ter experimentado, acredite.

Não podemos exigir que um jovem que muitas vezes não teve nem o básico, como a educação ou a segurança de um lar, onde pudesse crescer com autoconfiança, agora por um passe de mágica tenha educação financeira ou pense a longo prazo. O a longo prazo dele muitas vezes é a próxima chuteira da moda que tem o desejo de comprar.

E aqui se vai uma grande oportunidade de mudança real de vida, porque não tem um mentor, alguém que possa orientar esse jovem do que deve ser adquirido, do que é supérfluo e como ele pode criar uma segurança financeira futura, mesmo com um contrato de até 5 anos.

Normalmente os valores recebidos em até 5 anos podem ultrapassar a casa de 7 dígitos e se bem administrados, se bem investimentos, podem até gerar renda futura. Eliminando de vez o fantasma da escassez, que ainda pode rondar esse jovem.

Educarmos financeiramente nossos jovens, lhes dará a liberdade de escolha de construírem futuros mais seguros, mesmo com oportunidades passageiras.

Por: Erica Grellert – Coach Financeira

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